Quem, afinal?
(Paula Campos Soares)
O
quanto devemos a nós mesmos? Analisando friamente, devemos tudo a nós, o tempo
todo. Obviamente, recebemos ajuda de pessoas queridas, mas cabe a nós dizer sim
ou não. Cabe a nós correr o risco, dar a cara a tapa, ser submissos ou ter
vontade própria. Estágios surgem, empregos também, oportunidades de viagens, de
ter uma bicicleta, um carro, uma casa, um marido ou uma esposa, filhos.... Tudo
isso surge na nossa frente, mais cedo ou mais tarde, e não há pessoa no mundo
que possa decidir isso por nós. Na verdade, há: nós podemos. Só nós temos nas
mãos a chance de decidir o que será da nossa vida.
Não significa
que nossas escolhas serão sempre certas e nos farão felizes. Muitas delas serão
erradas, afoitas, sem pensar. Essas são aquelas que trazem conseqüências que
odiamos, à primeira vista, mas, depois, mostram o quanto aprendemos com elas. Muitas
delas terão um “dedinho” dos pais, dos amigos, dos colegas... Mas ninguém pode
decidir por nós. Pedir ajuda não só é lícito, como é necessário. Opiniões
diversificadas, por mais que possam nos confundir, são importantes para que
possamos analisar e escolher com a qual concordamos, isso se concordarmos com
alguma. Somos livres para sermos nós, unicamente.
Eu mesma já
passei por tantos períodos de indecisão (e continuo passando)! Não seria quem
sou se eu não tivesse aceitado o desafio, que um amigo me propôs, de ser
plantonista de um curso de Inglês, se não tivesse me arriscado fazendo um
concurso público (e depois outro... e outro). E se eu não tivesse saído pra
estudar com meu melhor amigo? E se eu não tivesse enfrentado meus medos em uma
viagem internacional? Quem seria eu? Não sei. Ninguém sabe. Se sou o que sou, é
por minha máxima culpa de ter dito “sim” a essas coisas. Obrigada a mim.
Há decisões
tão difíceis de serem tomadas que chegam a nos causar náusea, dor de cabeça, um
sofrimento tão grande que parece até que vamos explodir de medo! Porém, mesmo
essas devem ser tomadas, já que, por piores que possam ser as conseqüências,
não há angústia maior do que a da dúvida. “E se eu tivesse feito? E se eu não
tivesse voltado? E se...?”. O “se” é condicional e a única condição para ele dar
certo é a nossa decisão perante todas as situações.
01/02/2013