segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Sunset

Sunset

(Paula Campos)

Spring has gone
And, with it, my hopes
Summer has come
But something feels wrong

I watch the sun go down
The wind blows like in July
But winter is here
Deep in my heart it lies

The sun may never rise again
And the cold may stay forever
But tell me if spring knocks once more

‘Cause a box of matches I keep by the door
And by the window you will find me
Or maybe on the floor


11/01/2018

domingo, 21 de outubro de 2018

Rapa

Rapa

(Paula Campos)

Agora vai
Não foi
Sigo em frente

Desvio da rota
Vejo sempre o (mesmo) destino
Sigo crente

Desconstruo o trauma
Ouvindo música da alma
Da gente

Será que vai?
Você foi
Meu coração ficou

Segue quente.

13/10/2018

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Perspectivas

Perspectivas

(Paula Campos)

Ele está sentado na praça o observa o movimento. Dia cheio, praça cheia. Pessoas apressadas. Venta muito. Folhas dançam no ar. Entre idas e vindas e danças, lá do outro lado, ele enxerga uma moça sentada no banco. Ela parece estar segurando algo muito colorido, mas ele não consegue identificar o quê. Nem pensa em se aproximar. O movimento de pessoas continua grande. Ele força a vista. Nada.
Agora, menos pessoas passam pela praça e ele se concentra para ver o objeto. Curioso. Nota que, na verdade, não é um objeto que a moça segura, colorido é o gesso que envolve seu braço quebrado. Quebrado? Talvez. Gesso colorido?! Que diferente! Ele tenta focar sua visão para ver os desenhos no gesso, identifica borboletas e flores, parece um jardim. Encantado, se levanta para tentar ver melhor. Enxerga, inclusive, um coração. Que legal! Em meio à dor de um braço quebrado, alguém consegue trazer beleza para quem está por perto.
Ele começa a andar em direção à moça. Queria conversar com ela, elogiar o feito. No entanto, quanto mais se aproximava, menos bonito ficava o gesso. Depois de uns passos, começou a ver que o gesso estava rachando, que todos os desenhos perdiam sua forma. Voltou para seu lugar e viu tudo lindo de novo. Ficou sem entender. Levantou-se novamente e foi caminhando em direção à moça. Não quis mais elogiar. Pensou em perguntar o que houve com o gesso. Quanto mais perto dela, mais rachado parecia o gesso, mais feios ficavam os desenhos nele.
Quando estava de frente para ela, não conseguia mais identificar desenho algum. Só umas cores disformes. Olhou para a moça, que olhava para o nada. Uma lágrima escorreu pelo rosto dela, um nó se formou na garganta dele. Sem conseguir falar nada que a pudesse ajudar, foi embora. No caminho para casa, a pé, já que perdera o ônibus devido a sua curiosidade, ficou pensando em como são as pessoas. Como de longe alguém pode parecer tão alegre! Só quando nos aproximamos, conseguimos enxergar realmente o sofrimento alheio.

05/06/2018

sábado, 21 de abril de 2018

A vida é dura


A vida é dura
(Paula Campos)
Ela vê o adversário desprevenido
Calça sua luvas gordas e vermelhas
Por trás mesmo, porque é desleal
Ela desfere o golpe

O adversário cai,
Fica desacordado por uns instantes
Curtos, porém dolorosos
Abre os olhos

O adversário se levanta
Zonzo, sangrando
E é golpeado novamente
Como disse, ela é desleal

A pancada é forte
E ele fica desacordado por uns instantes
Longos. Dolorosos. Inacreditáveis.
E não abre os olhos desta vez.

O tempo passa
Ele parece estar em coma
Quando finalmente abre os olhos,
Não enxerga saída. Nada.

Enquanto isso, ela se dá por vitoriosa
Baixa a retaguarda
Sabe de sua força
E se mostra, se vangloria

O adversário volta a ver
Se ergue
Nota a distração da outra
E vai.

Dá um grito
Para chamar a atenção
Pois ele não é desleal como ela
E dá-lhe um soco no estômago

Mas ela não é mole
Trôpega, só que atenta
Dá uma rasteira em seu adversário
Que, de novo, cai

Ele bate a cabeça no chão
Mas mesmo desacreditado pelos que assistem,
Ele levanta, respira fundo
Analisa a situação

Dá a volta pelo lado
Achando que, assim
Daria a volta por cima
Mas leva um soco na cara

Ela é implacável
Mostra a ele que não tem saída
Que as coisas vão ser do jeito dela
E que, a cada vez que ele teimar em se levantar,
Ela o fará cair novamente

Ele é teimoso
Mostra que não desiste fácil
Que sente que as coisas vão entrar nos eixos
E que, a cada vez que for derrubado,
Levantará mais forte e determinado.

Os espectadores estão divididos
Muitos torcem para o adversário ser trucidado
Sem dó
Muitos querem que ele desista e se poupe
Outros tantos, mesmo sabendo que o adversário será derrotado,
Desejam que ele lute.

Ninguém acredita nele
Todos sabem que ela é cruel
Ninguém acredita nele
Apenas ele acha ser forte o suficiente para vencer
Será que crer basta?
21/04/2018

quinta-feira, 1 de março de 2018

Apostila

Seguem abaixo os links para a apostila de Língua Portuguesa para este ano de 2018.
Abraços.


Capa

Apostila

domingo, 28 de janeiro de 2018

Máquina do tempo

Máquina do tempo

(Paula Campos)

Terminei de assistir a uma série alemã chamada Dark, na qual quatro famílias buscam respostas para os mistérios que envolvem o desaparecimento de um menino. Um enredo que mexe com três gerações e que envolve o fantástico tema “viagem no tempo”.
Impossível ser atiçado para isso e não ficar pensando em como seria se realmente pudéssemos viajar no tempo. O que você faria? Teria coragem de voltar no tempo e mudar alguma coisa que aconteceu, mesmo sabendo dos riscos?
Com certeza, eu gostaria. Mudaria coisas simples, como dar o abraço, que eu nunca dei, no Rex. E, obviamente, gostaria de fazer coisas mais complexas. Eu mudaria algumas atitudes minhas que sei que trouxeram consequências bem negativas para a minha vida. Seria mais paciente, mais tolerante; teria me calado inúmeras vezes, possibilitando situações mais agradáveis; mas, principalmente, não teria ficado calada quando eu mais precisei falar. Arrependo-me de coisas que fiz e de coisas que não fiz. Quem não? E, se pudesse voltar atrás, com certeza o faria.
Porém, essa não é a única possível viagem no tempo. Frequentemente, falo “ah, se eu pudesse voltar no tempo, eu queria fazer tal coisa para ter aquela sensação de novo!”. E você? Também pensa assim?
Eu gostaria de voltar a alguns momentos da minha vida. Voltar a algum dia da minha infância, ficar pedalando com meu irmão e meu vizinho e fugir até a padaria, sentindo aquela adrenalina de fazer algo escondido (assim como pegar um chocolate da lanchonete do meu pai sem que ele visse); conversar de novo com o crush da época; aproveitar de novo a companhia de cada pessoa que já não está mais por perto... Gostaria de voltar ao dia em que cheguei a NY e ter de novo aquela sensação de “eu consegui” (sem deixar de tomar um Vanilla Shake); respirar de novo o ar de São Francisco e pensar “ realizando meu sonho”, olhar para a Golden Gate e me decepcionar por achar que ela seria mais atraente, mas, mesmo assim, atravessá-la de novo (porque lá de cima ela é fantástica!); sentir a emoção de ver o mar e a neve pela primeira vez; sentir o frio na barriga de entrar em um avião; sentir aquele perfume de novo... Não ficaria presa no passado. Faria isso pelo simples prazer de sentir tudo de novo e voltaria ao presente.
Infelizmente, não há borracha que apague as consequências de ações que fizemos ou deixamos de fazer. Tampouco há um controle remoto que nos permita apertar umas teclas e selecionar cenas da nossa vida. Mas, se eu pudesse escolher uma, só uma!, eu voltaria àquele primeiro beijo, a melhor sensação!, e ficaria apertando rewind sempre que desse saudade.
E você? O que você faria?


28/01/2018