sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Quem, afinal?


Quem, afinal?
(Paula Campos Soares)

                O quanto devemos a nós mesmos? Analisando friamente, devemos tudo a nós, o tempo todo. Obviamente, recebemos ajuda de pessoas queridas, mas cabe a nós dizer sim ou não. Cabe a nós correr o risco, dar a cara a tapa, ser submissos ou ter vontade própria. Estágios surgem, empregos também, oportunidades de viagens, de ter uma bicicleta, um carro, uma casa, um marido ou uma esposa, filhos.... Tudo isso surge na nossa frente, mais cedo ou mais tarde, e não há pessoa no mundo que possa decidir isso por nós. Na verdade, há: nós podemos. Só nós temos nas mãos a chance de decidir o que será da nossa vida.
Não significa que nossas escolhas serão sempre certas e nos farão felizes. Muitas delas serão erradas, afoitas, sem pensar. Essas são aquelas que trazem conseqüências que odiamos, à primeira vista, mas, depois, mostram o quanto aprendemos com elas. Muitas delas terão um “dedinho” dos pais, dos amigos, dos colegas... Mas ninguém pode decidir por nós. Pedir ajuda não só é lícito, como é necessário. Opiniões diversificadas, por mais que possam nos confundir, são importantes para que possamos analisar e escolher com a qual concordamos, isso se concordarmos com alguma. Somos livres para sermos nós, unicamente.
Eu mesma já passei por tantos períodos de indecisão (e continuo passando)! Não seria quem sou se eu não tivesse aceitado o desafio, que um amigo me propôs, de ser plantonista de um curso de Inglês, se não tivesse me arriscado fazendo um concurso público (e depois outro... e outro). E se eu não tivesse saído pra estudar com meu melhor amigo? E se eu não tivesse enfrentado meus medos em uma viagem internacional? Quem seria eu? Não sei. Ninguém sabe. Se sou o que sou, é por minha máxima culpa de ter dito “sim” a essas coisas. Obrigada a mim.
Há decisões tão difíceis de serem tomadas que chegam a nos causar náusea, dor de cabeça, um sofrimento tão grande que parece até que vamos explodir de medo! Porém, mesmo essas devem ser tomadas, já que, por piores que possam ser as conseqüências, não há angústia maior do que a da dúvida. “E se eu tivesse feito? E se eu não tivesse voltado? E se...?”. O “se” é condicional e a única condição para ele dar certo é a nossa decisão perante todas as situações.


01/02/2013