Missão
(Paula Campos Soares)
Desde guria,
eu pensava: “Por que estou nesse mundo? Não é possível que eu esteja aqui à
toa. Sinto que tenho algo a fazer aqui, alguma missão.”. Lembro-me nitidamente
de andar pela rua onde cresci, com esses pensamentos na cabeça. É... Acho que
nunca fui normal. Crianças normais se preocupam em brincar, correr, pular.
Mentira! Crianças nem se preocupam. Enquanto todas estavam por aí, não se
preocupando, eu me preocupava em entender qual era minha missão.
Na
adolescência, era tachada de “madura para a minha idade”; na faculdade, não foi
diferente, pois eu era a adolescente que via tudo de errado que os “adultos” da
minha turma faziam. Segundo os outros, eu estava sempre além da minha idade,
dando importância a coisas que não seriam importantes para uma pessoa tão jovem
quanto eu. Mas... Espere um momento! Gente, quando criança eu queria saber qual
era minha missão neste mundo! Isso, sim, é estranho!
Hoje, minha
infância passou, minha adolescência também, e cá estou eu novamente pensando
“Qual missão tenho eu neste mundo?”. Cabe aí um pensamento profundo. Tudo bem!
É só uma rima, não é um poema. Não consegui fazer um poema, pois só consegui
pensar no Raimundo (e eu não queria “plagiar” Drummond).
Poema ou
prosa? Amar ou ser amada? Aproximar-me ou afastar-me? Ensinar ou aprender?
Continuar ou desistir? Vale a pena ou não? Viver ou ficar me preocupando com a
vida? Qual missão tenho eu neste mundo, vasto mundo?
25/06/2012