segunda-feira, 28 de novembro de 2016

De volta pra mim

(Paula Campos)

Cinco anos se passaram desde que fiz minha primeira viagem internacional. Há quem diga que minha memória é excelente e que eu não preciso de ninguém/nada para fazer me lembrar das coisas. Mesmo assim, na última semana fui bombardeada por lembranças do Facebook. Realmente, não foram elas que me lembraram da viagem, mas me ajudaram a torná-la mais viva, com fotos e vídeos.
Desta vez, houve ainda uma coincidência de calendário: o dia 20 de novembro de 2011 foi num domingo, assim como o de 2016. "Há cinco anos, nesta hora, eu estava fazendo tal coisa", sou dessas. Vivi cada dia dessa última semana querendo estar de volta a Nova Iorque. Pretendo conhecer outros lugares nas minhas próximas viagens (que sei lá quando acontecerão.... Xô, crise!), mas essas lembranças me fizeram querer estar lá. Coisas como ligar para minha mãe, no dia do seu aniversário, num intervalo da visita ao Museu de História Natural, depois de ter estado na Saint Patrick's Cathedral e no Top of the Rock, vieram à tona como se tivessem acontecido há dois dias. Tenho o diário de bordo dessa viagem, mas, se não o tivesse escrito na época, escreveria hoje sem muitos problemas.
No ano passado, realizei meu sonho e conheci São Francisco, na Califórnia. Meu sonho! Foi super especial, mas, mesmo assim, não saberia escrever um diário de bordo detalhado hoje (e não escrevi na época 😏). Nova Iorque é um marco na minha história. Foi lá que criei coragem para fazer coisas que, numa cabeça cheia de paranoias como a minha na época, eram inimagináveis. Eu viajei para o exterior. Eu!, filha de um zelador e uma dona de casa, nascida em família humilde, professora! Eu andei sozinha até o Central Park pensando "Se eu passar mal... Não, não vou passar mal... Ando até a próxima esquina... Agora, até aquele carro ali." E assim fui andando, batendo fotos, voltei para o hotel conversando com um taxista do Sri Lanka (!).
Vim embora no dia 28 de novembro, numa segunda-feira, há exatos cinco anos; e na bagagem trouxe, além de pessoas que se fizeram importantes e uma vontade enorme de ser ryyyca 😎, eu mesma. Eu estava bem!
Que me desculpe a Califórnia, mas NY me trouxe de volta à vida.

28/11/2016

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