domingo, 11 de abril de 2010

Então era isso...


Então era isso...

(Paula Campos Soares)


            Era isso então. Teria que tomar uma decisão importante, que mudaria minha vida para sempre. No auge da minha juventude, quando ainda tinha 22 anos, surgiu uma oportunidade de trabalho inédita para mim. Embora já estivesse trabalhando como professora de Inglês desde 2002, senti minha barriga gelar quando a Superintendência de Ensino de Barbacena marcou um dia para que os professores excedentes no concurso para professor de Português do Estado de Minas Gerais, realizado no ano anterior, pudessem escolher dentre as vagas existentes uma escola para trabalharem como designados. Mas por que uma professora já com uma certa experiência estaria com medo (porque foi isso mesmo que senti) de trabalhar como professora?! Acreditem ou não, dá medo! Caso me decidisse por trabalhar em uma escola do Estado, enfrentaria uma situação completamente diferente. Entraria em uma sala de aula com no mínimo 30 alunos. Mas o que é que tem? Tem que eu estava acostumada a turmas com oito alunos no máximo. Pensava “Não vou dar conta!”; “Não vou conseguir controlar a turma!”... E a ansiedade só crescia.

            Enfim tomei a decisão. Confesso que com grande receio e por muita insistência do meu namorado, o qual havia passado no mesmo concurso em 2º lugar, só que para professor de História. Fui no dia marcado à escola onde seriam divulgadas as vagas. Havia muitos professores, entre eles alguns colegas de faculdade. Colocaram as vagas no quadro-negro. “É agora”. Eu tinha direito de escolher primeiro, pois era a primeira excedente. Isso mesmo, primeira excedente. Na prova, empatei em pontuação com outras três concorrentes, mas como o critério de desempate era por idade (a pessoa mais velha ganhava) eu perdi (era a mais nova). Fazer o quê? Contudo lá estava eu em meio a diversos nomes de escolas que eu nem conhecia. Como vou escolher se não sei onde ficam as escolas, como elas são? Perguntei para algumas colegas e elas foram me falando os apelidos das escolas. “Ah, então João Anastácio é o Polivalente...”

            Enquanto me sentia mais perdida que cego em tiroteio (desculpem-me pelo clichê), tomei a decisão: “Vou querer o Polivalente, quer dizer, a Escola Estadual João Anastácio!”

            E assim foi meu ingresso na carreira estadual. Fui para o Polivalente e descobri que para trabalhar no Estado eu teria de ser a “Paulinha Valente”!

10/01/2009

Um comentário:

Unknown disse...

MtoO legall
rsrsrrs