domingo, 11 de abril de 2010

Há males que vêm para o bem


Há males que vêm para o bem
(Paula Campos Soares)

            Depois que comecei a trabalhar no Polivalente, vi que não seria tão difícil como havia pensado. Tudo é uma questão de costume. Fui me acostumando ao ritmo, aos alunos, à sala de aula, à escola e aos professores. Estava tudo muito bom.
            Certo dia, descobri que havia saído minha efetivação. Ótimo! Agora sim ficaria mais tranqüila. Só tinha um problema: Teria de sair do Polivalente! Teria que ir para outra escola! Fiquei muito triste, pois o clima da escola era ótimo e eu estava bem entrosada com algumas professoras de lá. Mas não tinha jeito... Com a voz embargada e um aperto no coração, me despedi de todos.
            Consegui minha vaga em uma escola no centro de Barbacena. Beleza! Era de certa forma perto de casa e poderia ir a pé para o trabalho. Beleza nada! Quem disse que trabalhar perto de casa é sempre bom? Não é! Fui parar em uma escola com uma fama ótima e descobri que era só fama! Eu queria fazer meu trabalho, mas não me era permitido. Eu tinha que “trabalhar” da maneira que a direção queria, com o método dela. Sentia-me amarrada, pois além de trabalhar com uma faixa etária que não me agrada, o clima da escola era péssimo. E, convenhamos, quem faz a aula é o professor e os alunos, não a direção! Fizeram da minha vida um inferno. Quando tinha que ir para a escola, parecia estar indo para um campo de concentração da 2º Guerra e comecei até a ficar com medo da musiquinha do Fantástico, a qual anunciava que o fim de semana havia acabado. Fui ficando estressada e cheguei até a ter problemas de saúde nesta época. Não agüentava mais e pensei seriamente “Vou exonerar meu cargo! Não nasci para isso...”
            Depois de várias conversas com amigos e muita reflexão, decidi persistir. Pensei logicamente “Eles querem que eu saia daqui, eu quero sair daqui... Vou unir o útil ao agradável”. Optei pela mudança de lotação. Com certeza iria conseguir ir para um lugar melhor que tal escola.  Coloquei três opções: uma escola perto de casa, a escola onde estava antes e a escola onde meu namorado já estava trabalhando. Enquanto não tinha resposta, fui agüentando aquele lugar horrível até o final do ano de 2006.
            Certo dia, acho que já em janeiro de 2007, recebi um telefonema portando uma grande quantidade de esperança. Minha mudança de lotação saíra finalmente! Meu coração quase explodira de felicidade e a única coisa que pude fazer era agradecer e ligar para o meu namorado para dar a notícia! “Adivinha! Minha mudança de lotação saiu! Adivinha para onde! Isso... Vou trabalhar com você.”
            Escola Estadual Henrique Diniz, lá vamos nós!
            Há males que vem para o bem... Aprendi a dar valor às outras escolas onde trabalhava e, mais importante, aprendi a não ser como aquelas pessoas. Hoje a raiva que sentia já passou, mas continuo não desejando para ninguém um lugar como aquele.

09/04/2009

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