domingo, 20 de janeiro de 2013

Considerações

Há uma semana, cheguei de NY. Pouco tempo, mas o suficiente para morrer de saudades de lá. Sempre sou saudosista com relação às minhas viagens, mas, quando se trata de NY... Ah, NY....
Bem, não estou escrevendo para falar que estou com saudades da cidade e da viagem, que foi ótima. Estou escrevendo para explicar o porquê dessa saudade e para fazer considerações finais sobre a cidade.
Brasileiros enchem a boca para falar que americanos são mal educados, se acham os bons, os melhores e desmerecem todas as outras nacionalidades. Bem, eles podem até se acharem os melhores (pois são mesmo, em muitas coisas), mas essa viagem serviu para reafirmar o quão educados eles são, pelo menos em NY. Para passar por nós, eles pedem licença; se nos atrapalham, por qual motivo for, eles pedem desculpas; e agradecem por qualquer favor que nós façamos a eles. Vocês podem dizer "Lógico! São os bons modos que nos são ensinados pelos pais ou pela sociedade no Brasil também. Nós também fazemos isso, oras!". Concordo em partes. Realmente tudo isso nos é ensinado, mas, prestem atenção à sua volta, quantas pessoas colocam esses ensinamentos em prática? Quase ninguém. É tao raro que, quando alguém faz isso, chama nossa atenção. Quantos atendentes de balcão de padaria, de loja de roupa, de farmácia, de supermercado nos recebem com um "Bom dia! Como vai? Eu estou bem. Obrigada."? Em NY, sempre fui atendida por pessoas assim, simpáticas, educadas, com um sorriso estampado nos rostos. Um dos maiores exemplos da diferença de tratamento que presenciei nem foi nessa viagem, foi em novembro de 2011, quando, no Galeão, os funcionários da American Airlines eram rudes e só deixavam pessoas que moravam na mesma casa fazerem o check in juntos, enquanto os funcionários da mesma empresa, no JFK, ofereceram para fazer o meu check in junto com um grupo de amigos.
Nem tudo é lindo em NY! Pelo menos, não se você quiser treinar seu Inglês. Inglês é artigo raro por lá hoje em dia. Você pergunta em Inglês, a resposta vem em espanhol. Você diz "Good morning!" e tem como resposta "Bom dia!", em Português mesmo. Gente, como tem brasileiro lá! Que coisa irritante! Você escuta Português o tempo todo, em qualquer esquina, no elevador do hotel, na fila do espetáculo da Broadway. Dá raiva! Pelo menos eu, uma professora de Inglês, que quer treinar seu Inglês, morre de raiva de só ouvir Espanhol, Português, Japonês... Se você quer treinar seu Inglês, não vá para NY! Sem contar aqueles que não são americanos e "falam" Inglês. Você não entende nada do que eles falam e eles não entendem nada do que você fala. Você pede uma caricatura e o cara faz um retrato, por exemplo. Fazer o quê?
Dizem que NY não é um retrato dos EUA. Pode ser que, no resto do país, eles sejam mal educados mesmo e é bem provável que saibam falar Inglês. Quem sabe?
Várias coisas eu deixei de escrever, no meu diário de bordo, sobre a viagem. Foi tudo tão corrido e eu chegava tão cansada ao hotel, que fazia um relato rápido do meu dia. Sem muitos detalhes. Mas, realmente, a viagem foi ótima! Fiz tudo que queria fazer. Tudo! Chorei de rir, fiz dobrarem de rir, tivemos problemas com a catraca do metrô, desenvolvemos um novo vício (Red Bull), descobri que o cara da padaria não era mexicano (ele é do Iêmen!), Carol foi zoada por um cara no McDonald's e foi chamada de Tara e de Kerol no Starbucks, eu fui chamada de Carlos (?), Fabiano foi Babiano e Fapiano no mesmo dia, tentei conversar com o desenhista que falava que a Raíssa parecia comigo, conversamos com um jovem muito simpático que queria que assistíssemos a um filme no dia de vir embora e ainda ensinei um pouco de Português para ele, notamos o quão mais barato é comer no McDonald's e como Vanilla Shake continua sendo ótimo, descobrimos como a Carol pode ser mentirosa quando não quer que descubramos que a Coca que ela comprou tem mais de um litro, notei como passar por alguns lugares me fez ter saudade de algumas pessoas, reencontrei minha melhor aluna, cumpri todas as promessas que fiz e voltei com a missão cumprida. E com muita, muita saudade de uma cidade tão segura, bonita, na qual é fácil andar, viver e pela qual não tem como não se apaixonar.

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